quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PSD no Rio Grande do Norte clona atas para fundar o partido

Documentos usados pelo PSD para formalização dos diretórios municipais em quatro cidades do Rio Grande do Norte reproduzem o mesmo texto para descrever distintas reuniões, repetindo-se até as mesmas transgressões à língua portuguesa.

A informação está na edição desta quinta-feira (04) do jornal Folha de São Paulo, que revela ainda: o esquema foi utilizado também em três municípios de Santa Catarina e mais quatro de Goiás. Os nomes das cidades não foram revelados na reportagem.

Os documentos devem, em tese, relatar as reuniões para a eleição dos dirigentes da legenda, de acordo com exigência do Tribunal Superior Eleitoral. No "modelo" de ata, apenas os nomes dos participantes da reunião, a data e endereço são diferentes.

Na reportagem, Folha apresenta uma ata do município de Goiás. O documento relata que, após a fala do presidente da comissão provisória, foi aberta palavra aos presentes.

"Inscreveram-se assim Virmondes Cruvinel Filho, Armando Virgílio, Thiago Peixoto e Itamar Barreto que igualmente externaram grande entusiasmo e alegria de estarem participando da construção do PSD, que já surge como uma das maiores forças políticas do país", detalha o documento.

A mesma evolução textual foi estendida aos demais municípios mencionados no texto. Subsequentemente, elogios e erros gramaticais se sucedem, na mesma ordem, em todos os documentos.

"O presidente indagou os presentes se estavam todos de acordo com a aprovação da única chapa [de dirigentes] inscrita. A unanimidade dos presentes aplaudiram [sic] em aclamação", detalha a ata goiana. O aplauso unânime se repete nas outras atas.

À Folha, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Carlos Velloso explicou que, ao assinar as atas, os participantes validam o registro da reunião.

"São as assinaturas que tornam o documento válido para a Justiça, mas diante do exposto, de que há dezenas de atas com o mesmo teor, inclusive manifestações pessoais, há indícios de que os documentos foram previamente fabricados", afirmou.

O coordenador nacional do PSD, Saulo Queiroz, e o advogado do partido, Admar Gonzaga, admitiram ter elaborado um "modelo" de ata das reuniões.

"É possível que essa mesma ata esteja em outras cidades. Fizemos o modelo para nos certificar que todas as formalidades seriam cumpridas".

Fonte: Nominuto.com

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