Vice-Governador Robinson Faria
O Vice-Governador e secretário de Recursos Hídricos, Robinson Faria (PMN), começa a enfrentar os primeiros problemas políticos após o período de presidência na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Ao longo de oito anos como presidente da AL, Robinson Faria foi governo na quase totalidade do tempo. Apoiou o Governo Wilma de Faria por sete anos, afastando-se apenas na gestão de Iberê Ferreira. Agora é vice-governador de Rosalba Ciarlini.
Ser líder e estar na base governista não deve ser coisa fácil, não. Não é para qualquer um. No caso de Robinson Faria, durante os anos de presidência na Assembleia Legislativa e de apoio a governos, ele se desdobra na dura tarefa de administrar interesses sejam legítimos ou não.
O ex-prefeito de Nova Cruz, Cid Arruda, acreditava que Robinson seria o "governador do Agreste". Ou seja, todas as decisões relativas à região seriam, em tese, resolvidas por Robinson.
Cid Arruda enganou-se. Ou foi enganado.
Robinson Faria é o vice-governador. Rosalba Ciarlini é a governadora. Nenhum governador ou governadora abre mão das prerrogativas de chefe do Executivo para aliado, por mais poderoso que seja. No caso, quem decide é ela.
E isso ficou evidente no episódio da nomeação de Ana Karla Cartacho, esposa do prefeito de Nova Cruz, Flávio Azevedo (PMDB), adversário de Cid Arruda. Prevaleceu a vontade de Rosalba Ciarlini de atender o aliado peemedebista e a amiga de longas datas.
Robinson Faria não pôde evitar a nomeação. Isto é fato.
Cid Arruda caiu na real - sentiu que Robinson não era o governador do Agreste - e rompeu com o governo. Isto também é fato.
Não é fácil ser líder, como já disse. Além do rompimento de Cid Arruda com o governo, Robinson Faria enfrenta a rebeldia do Partido Progressista, legenda na qual exercia influência nos tempos da Presidência da Assembleia Legislativa. Agora não é mais assim.
Desde a campanha eleitoral, o PP anda dividido. A indecisão entre as candidaturas de Iberê e de Rosalba quebrou a cadeia de comando de Robinson Faria.
Os atuais dirigentes do PP dão a entender que desejam trilhar novos caminhos, distanciando-se do vice-governador. Esse processo ainda não está muito claro.
Os dois problemas enfrentados por Robinson Faria originam-se da dificuldade que o líder tem de acomodar os diversos interesses individuais e coletivos de uma base política que se formou heterogênea.
E sem a caneta de um dos poderes, tudo o que é sólido desmancha no ar.
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