Aeroporto de São Gonçalo: só duas pistas em dez anos de obras
Eu não vou repetir o que todo mundo já está careca de saber: as obras do aeroporto de São Gonçalo do Amarante se arrastam há mais de dez anos. E não temos a certeza de conclusão e funcionamento desta grande área de infra-estrutura e de serviços.
O Rio Grande do Norte ainda aguarda o edital de concorrência para definir as empresas nacionais e internacionais que vão tocar a obra dos terminais de passageiro e de cargas.
O Rio Grande do Norte ainda aguarda o edital de concorrência para definir as empresas nacionais e internacionais que vão tocar a obra dos terminais de passageiro e de cargas.
Só na primeira etapa do terminal estimam-se gastos da ordem de R$ 600 milhões. Já foram investidos quase R$ 200 milhões nas pistas do novo aeroporto.
Perdi a conta das inúmeras reuniões da bancada federal e de governadores com o presidente da República e seus ministros.
Só a Lula o aeroporto de São Gonçalo foi apresentado uma dezena de vezes.
Em outra dezena de vezes, o pleito foi levado a Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil e coordenadora do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.
Ao longo desse tempo, a obra do aeroporto de São Gonçalo passou por dois presidentes da República - FHC e Lula - e por quatro governadores do RN - Garibaldi Filho, Fernando Freire, Wilma de Faria e Iberê Ferreira.
Agora é a vez da governadora Rosalba Ciarlini, de maneira correta, encampar esta luta. E o assunto foi tratado na primeira reunião dela com a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília.
Dilma Rousseff repetiu a cantinela de sempre: o aeroporto de São Gonçalo do Amarante é uma prioridade do governo, é uma questão de honra.
Obra do terminal, que é boa, nada.
Essa história de aeroporto está ficando maçante. Chata.
As autoridades prometeram que o aeroporto fica pronto para a Copa 2014. Você acredita? Eu não.
Dia desses eu fiquei pensando: se o aeroporto de São Gonçalo estivesse localizado em Pernambuco ou no Ceará, estaria pronto?
A resposta é sim. Em Pernambuco ou no Ceará, a obra do aeroporto já estaria concluída pelo peso maior de sua classe política. As siderúrgicas, os portos, as refinarias e grandes indústrias são a prova de que estes dois estados levam tudo.
E poderiam ter levado o nosso aeroporto de cargas e de passageiros.
Pernambuco se assanhou para levar o equipamento.
A economista e socióloga Tânia Bacelar, especialista na economia nordestina com atuação marcante na SUDENE, comentou certa vez que o aeroporto só não ficou na região metropolitana de Recife porque não havia "vazio urbano", ou seja, não havia área disponível. Essa bateu na trave. E sobrou para o pequenino Rio Grande do Norte.
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