Combustível mais barato já!

Nos tempos da inflação alta, era comum ver filas de carros nos postos de combustíveis no dia que o governo anunciava aumento de preço da gasolina. Os motoristas se apressavam para aproveitar o valor antigo e economizar alguns trocados.

Como os aumentos eram frequentes, as pessoas se submetiam a este martírio uma, duas ou três vezes por mês.

Nos atuais tempos de inflação razoavelmente sob controle, as filas sumiram e os reajustes no preço dos combustíveis são mais espaçados. Ou era assim há pouco tempo.

Nós estamos assistindo uma alta generalizada no preço dos combustíveis justificada pela entressafra da cana de açúcar que encarece o álcool e alcança a gasolina composta pelo etanol.

O álcool combustível, que deveria custar mais barato, está no nível da gasolina: R$ 2,57, o litro.

A gasolina bateu a casa dos 3 reais. O litro custava ontem R$ 2,99. E há quem dissesse que a gasolina batia os R$ 3,05.

O diesel era vendido a R$ 3,12.

O etanol subiu 16% nas últimas semanas. A gasolina variou até 10%. Um tremendo absurdo.

Notadamente, Natal registra os maiores preços de combustíveis comparando com outros estados nordestinos e de outras regiões.

O consumidor em Natal suspeita da prática de cartel por causa da coincidência de valores nos postos de combustíveis, mas o Ministério Público não consegue caracterizá-lo a despeito de uma investigação que já dura anos.

Por que a nossa gasolina é mais cara se somos produtores de petróleo, temos refinaria (mini, mas temos)? Por que a gasolina é mais barata em estados vizinhos, como a Paraíba e o Ceará? Por que?

Por que o governo aumentou o ICMS sobre os combustíveis com o aval da Assembleia Legislativa? Por que?

Por que o consumidor potiguar costuma ser tão aviltado?

Estes questionamentos fazem parte dos protestos que tomam contam das redes sociais desde ontem. A onda que se espalha pelo Twiter, Facebook, Orkut, MSN e demais sítios da internet é a forma de o norte-rio-grandense reagir à alta generalizada no preços dos combustíveis.

Governo, procons, Ministério Público, sindicatos dos postos de gasolina, Petrobras e demais autoridades que têm algo a ver com o problema estão na mira dos internautas.

A hashtag é uma só: #combustivelmaisbaratoja. Isso mesmo: jogo da velha, combustível mais barato já, tudo junto, sem acentos.


Do, no minuto.com