O americano Richard Lee Norris, de 37 anos, está quase totalmente recuperado após passar pelo maior transplante de reconstrução facial já feito, entre 19 e 20 de março.
O homem foi operado durante 36 horas no Centro Médico da Universidade de Maryland, nos EUA, e ganhou mandíbula, dentes, língua, pele, nervos e músculos desde o couro cabeludo até o pescoço.
Liderados pelo dr. Edward Rodriguez, cem profissionais – entre médicos, cientistas e universitários – foram envolvidos nos procedimentos, de forma presencial ou virtual. Os tecidos usados na operação vieram de um doador anônimo cujos órgãos salvaram a vida de outros cinco pacientes.
A foto mais recente foi tirada 114 dias após a cirurgia – em julho – e divulgada esta semana. Norris, que é de Hillsville, Virgínia, disparou acidentalmente uma arma de fogo contra si mesmo em 1997 e desde então vivia recluso. Nas raras ocasiões em que saia à rua, sempre à noite, usava máscara.
Norris deve agora recuperar suas funções estéticas e motoras, segundo os médicos. Do lado direito, a motricidade foi 80% restaurada e, do esquerdo, 40%. O paciente já consegue escovar os dentes, fazer a barba e reconhecer cheiros.
“Agora sou capaz de passar pelas pessoas sem ninguém me dar uma segunda olhada. Poderei começar a trabalhar nesta nova vida que me deram de volta”, diz o homem.
A operação envolveu dez anos de pesquisas e foi financiada pela Marinha dos EUA, que espera que as técnicas possam ser usadas em breve para tratar soldados feridos nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Segundo o governo americano, mais de 200 militares poderiam precisar de transplantes de rosto. Outros mil perderam braços e pernas e também seriam beneficiados.
Em 2005, a França fez o primeiro transplante facial da história, em uma mulher atacada por um cachorro. Cinco anos depois, cirurgiões espanhóis realizaram o primeiro transplante completo de face. Nos EUA, isso ocorreu em 2008. Até hoje, já foram feitas 22 reconstruções desse tipo.
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